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segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Misterio de Sentir

Distância que faz doer
Vontade que não deixa esmorecer
Saudade que insiste em chegar
Sentimento que não se sabe nomear

Paixão, muito simples pra explicar
Amor, muito cedo para se pensar
Tesão, muito pouco para esclarecer
Afeto, muito singelo para se ter.

A Vida segue seu curso
Por caminhos que parecem sem rumo
Quem sabe um dia com muito cuidado
O mistério será revelado.


17/01/2008

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Sentir

Que falta sinto do toque suave
Da tua pele delicada e macia
Do gosto doce da tua boca
Da fragrância inebriante dos teus cabelos
De sua imagem que não sai dos meus olhos.

Talvez não devesse expor
Esse sentimento tão meu
Tão particular que não sei nomear
Não sei o que é, nem que nome tem
Só sei que é grande e me faz bem.

Um dia quem sabe poderemos resolver
Esse mistério que nos envolve
Essa ligação que ainda não sabemos o que é,
Nem que nome podemos dar
Dessa nossa forma louca de gostar.

18/01/2008

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Confronto ao luar

A lua brilhava em todo o seu esplendor naquela noite quente de verão. Gabriel estava parado no terraço de seu prédio, sem camisa, sentindo a brisa fresca bater em seu corpo - apenas assim ele conseguia acalmar a fera dentro dele.
De repente uma mudança na direção do vento fez ele se agitar. Aquele cheiro familiar que ele conseguiria reconhecer em qualquer lugar. Era ela, com seu perfume que era uma mistura perfeita de sândalo e jasmim, porem hoje tinha algo diferente.
Medo. Ele podia sentir o cheiro do medo que exalava dela, o que será que estaria conhecendo. Ele focou sua respiração e calculou que ela estava a duas ruas de distancia de onde ela estava. Gabriel precisava saber o que estava acontecendo e com isso correu pelos terraços dos prédios vizinhos até chegar à rua onde ela estava.
Foi quando ele a avistou, linda com seus cabelos dourados, sua pele branca com as maças do rosto rosadas pelo esforço de uma caminhada apressada e pelo medo. Porem ela não estava sozinha na rua, ele viu o porquê de seu medo. Um homem a estava seguindo pelas sombras.
O ódio cresceu no peito de Gabriel, ele sentiu a fera se agitando dentro dele, a fera queria sair. Estava conseguindo se controlar para não pular do prédio e rasgar a garganta do vagabundo que estava tentando fazer mal aquela jovem.
Foi quando ele sentiu aquele cheiro podre, mais precisamente ovo podre – enxofre. Ele forçou a visão e viu no canto mais escuro da rua – um pouco longe do sem-teto e da jovem – o vetor do cheiro de podridão; um cão infernal. Gabriel percebeu que era a besta que estava manipulando o sem-teto.
Nessa hora ele não conseguiu mais se controlar, a fera assumiu o controle. Ele sentiu o seu corpo ferver e todos os músculos do seu corpo tremer, era como se o seu corpo estivesse usando cada gota de energia que ele possuía. Foi quando ele atacou, saltou do prédio caindo em cima do cão infernal com toda a força. O monstro conseguiu absorver a maior parte do impacto, mas mesmo assim parecia que tinha quebrado uma das patas traseiras.
O bicho rolou para longe de Gabriel, ele assumiu uma posição de ataque. O monstro estava pronto para atacar, Gabriel também se preparou puxando sua faca de prata que brilhou quando foi iluminada pelo luar. Uma pontada de medo passou pelos olhos do cão, mas esse medo passou logo e o bicho atacou.
O ataque foi com tanta fúria e rapidez que se alguém estivesse observando o combate não conseguiria vislumbrar os movimentos dos dois combatentes. O cão infernal atacou com uma mordida certeira no pescoço do inimigo, ele só não contava que Gabriel seria rápido o suficiente para usar o braço esquerdo para se defender da mordida destruidora.
No mesmo momento que o cão mordia seu braço, Gabriel aproveitou e atacou com sua faca o coração da besta. O monstro explodiu e evaporou em uma nuvem de cinzas e fumaça com cheiro de enxofre.
Assim que a luta teve fim o sem-teto que estava perseguindo a jovem desmaiou como se estivesse saindo de um transe. Quando a jovem percebeu o que seu perseguidor não estava mais no seu encalço, começou a correr sem olhar pra trás e sem ver seu salvador que estava nas sombras. Gabriel ficou parado na rua com sua faca suja de sangue de demônio e um corte profundo no braço que já estava começando a cicatrizar.
No final de tudo ele sentiu que essa luta tinha servido para acalmar um pouco a fera dentro dele. Pelo menos por enquanto.

Rio de Janeiro 01/10/2010

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Um dia de domingo - parte final

Chegando à casa do Leo com as garrafas de vinho embaixo do braço, foi recebido por Lívia – mulher de seu amigo – com um sorriso falso no rosto e um olhar de desprezo que dizia: – Só estou fazendo isso para tentar desencalhar a minha amiga.
- Oi Yuri, entra – disse Lívia virando as costas para Yuri e chamando. – Amor, seu amigo chegou.
Yuri entrou e foi se encaminhando para a cozinha, pois sabia que seu amigo estaria lá, ele adorava cozinhar. E cozinhava muito bem. Assim que chegou na porta da cozinha sentiu aquele cheiro gostoso e familiar. Leo estava fazendo aquele macarrão com molho de queijo e brócolis que Joana tinha feito várias vezes nos jantares que eles davam para os amigos no passado. Leo tinha aprendido a fazer esse prato, que passou a ser sua especialidade.
- Fala Leo – disse Yuri ao amigo com a voz embargada.
- Irmãozinho! Que bom que você não furou dessa vez. Que cara de bunda é essa? – perguntou Leo.
- Nada não, só estou de ressaca. – respondeu Yuri, mas sem conseguir disfarçar o olhar triste que deu para a panela onde o molho fervia.
- Puta merda! – se tocou Leonardo – Foi mau cara, sei que essa comida não traz boas recordações, mas a Lívia que insistiu para eu fazer. E você sabe que quando ela quer alguma coisa ela consegue.
- Não esquenta, eu adoro esse macarrão. E é a única coisa gostosa que você faz na cozinha. – disse rindo. – Onde eu coloco o vinho? – perguntou para mudar de assunto.
- Coloca na geladeira para dar uma refrescada até a comida ficar pronta. – respondeu o amigo reparando que Yuri não estava cem por cento.
Nessa hora Lívia entrou na cozinha acompanhada de sua amiga Rafaela. Até que ela era uma mulher bonita – mas para estar encalhada e se prestar a um encontro as escuras deve ser muito chata.
- Oi. Prazer, Rafaela. – disse dando dois beijos no rosto de Yuri, o segundo bem perto da boca.
Ela está mesmo desesperada, pensou Yuri com um sorriso no rosto. Mal conhece um cara e já vai atacando assim, ele percebeu que se não fizesse nenhuma merda (como quase sempre fazia), conseguiria uma transa pra hoje.
- O prazer é meu. – respondeu Yuri, com o seu instinto de canalha começando a aflorar e esquecendo um pouco a tristeza.
Os quatro começaram a conversar ali mesmo na cozinha enquanto Leo terminava de preparar o almoço. O bate-papo rolava, Yuri e Lívia se alfinetando, Leonardo dando uma de pacificador e Rafaela se oferecendo para Yuri mais do que puta na zona.
O almoço ficou pronto e enquanto as mulheres arrumavam a mesa os dois amigos ficaram na cozinha pegando o vinho e as taças. Falando baixo para as mulheres não escutarem Leo brincou:
- Arrumou uma foda pra hoje! – disse rindo
- Pode até ser, o problema é que ela fala muita besteira. – disse Yuri rindo também.
- É só você arrumar um jeito dela ocupar a boca. – disse Leo não contendo a gargalhada.
Chegando na sala de jantar Leo foi sentar ao lado de Lívia e Rafaela ajeitou o lugar ao seu lado para Yuri sentar. O almoço até que foi agradável, pensou Yuri, tirando as besteiras que as duas falavam.
Assim que terminou o almoço Leo e Silvia foram para a cozinha lavar a louça r prepara o café enquanto Rafaela e Yuri foram para a varanda conversar. Sentaram na mureta e ficaram olhando o movimento da rua, Rafaela foi se aproximando e encostou a cabeça em Yuri.
Nesse momento todas as lembranças dos momentos felizes que viveu com Joana, com isso Yuri se deu conta do quanto ele ainda amava ela, e que era por isso que não conseguia se relacionar com mulher alguma. Nisso ele decidiu que não era certo estar ali com Rafaela.
- Rafaela, preciso confessar que não podemos ter nada. – disse Yuri meio sem jeito.
- Por que? Algo de errado? – falou Rafaela espantada pela atitude de Yuri.
- Sim. Eu estou fazendo tudo errado na minha vida. Desculpe-me. – dizendo isso ele se levantou e foi embora.
Rafaela não entendeu nada e entrou na casa para reclamar com Silvia por ter feito ela perder esse tempo todo. E por ter apresentado esse cara maluco.
Assim que saiu da casa de Leo, Yuri sentiu seu celular vibrar recebendo mensagem, quando foi verificar de quem era a mensagem ele tomou um susto, e não conseguia respirar, ele viu o nome de Joana. Ele tinha recebido uma mensagem de Joana que dizia:
Oi. Não sei se vc se lembra, mas hj faz 6 anos que nos conhecemos. Sei que não devia ter mandado essa msg, mas tô com sdd. Desculpe. Bjs. Joana.
Depois dessa mensagem Yuri começou a juntar as coisas, então era por isso que ele estava lembrando-se dela o dia inteiro. Mas e agora o que fazer? Será que era hora de tentar outra vez?
Num impulso – que depois poderia se arrepender muito – ele pegou o telefone e discou. Não conseguia nem respirar enquanto ouvia o toque do outro lado da linha, quando ela atendeu.
- Alô.
- Alô, Joana. Sou eu, Yuri. Tudo bem com você?

Fim

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Sem título IV

Serei eu um poeta,
Por escrever o que sinto
Sem fúria nem pressa.
Podem dizer que minto
E engano alguns poucos,
Que lêem meus versos loucos.



Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2009

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um dia de domingo - parte 2

Eram 11 horas da manhã e ele ainda não tinha nem tentado sair da cama. Precisava levantar pra se arrumar, seu amigo ia ficar esperando, tinha prometido que não iria furar com o Leo – não dessa vez.
Poderia, é claro, inventar uma desculpa qualquer – ele era bom nisso – mas sabia que seu amigo o conhecia bem o suficiente para não acreditar em qualquer conversa, ele ficaria chateado.
Levantou e foi para o banheiro começar a se ajeitar para sair. Durante o banho ele pegou – sem ver – o frasco de xampu que ele tinha esquecido de jogar fora. Era o xampu que ela usava, ele sentiu o perfume que sempre foi a marca característica dos cabelos for de fogo de Joana.
Aquele perfume despertou nele varias sensações e imagens das tantas vezes que tomavam banhos juntos, as brincadeiras, a cumplicidade, o carinho entre os dois em baixo do chuveiro. Lembrou dos corpos se tocando, e o perfume dos dois se misturando, como se os dois corpos fossem apenas um.
Ele sentiu o seu corpo se agitar com a lembrança, sua pele arrepiou com a com a mínima lembrança do toque macio das mãos de Joana passando sabão em todo o seu corpo. Aquele toque era divino, se as fadas existissem com certeza seu toque não seria tão delicioso.
Ficou tanto tempo embaixo do chuveiro com essa lembrança que o disjunto da casa desarmou e começou a cair aquela água gelada, só assim se deu conta de onde estava e de que estava mais uma vez sonhando acordado.
Depois de terminar o banho, puto da vida – e cheio de frio, foi até o armário pegar alguma coisa para se vestir, a primeira peça que pegou foi logo uma camisa que tinha recebido de presente no dia do primeiro aniversário de namoro dos dois. Joana adorava quando ele usava aquela camisa.
- Não! Com essa camisa não! – pensou ele em voz alta.
Jogando de volta a camisa no armário e pegando outra que ele sempre usava quando queria implicar com ela, pois Joana odiava aquela blusa – com razão porque a blusa era horrível, nem ele se lembrava do porquê ter comprado aquilo.
Finalmente estava pronto para sair, olhou no relógio eram 12:30 h. Daqui a pouco Leo ia começar a ligar para saber onde ele estava , se já estava a caminho, se iria demorar. Às vezes ele parecia mais sua mãe do que seu melhor amigo.

Continua

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Um dia de domingo

Sabe aqueles dias em que você acorda e se pergunta o porquê de estar vivo? Tem sido assim com Yuri todos os dias nos últimos meses. Ele acorda e fica olhando o teto do seu quarto, e vê as marcas de infiltração que estão se alastrando por todo apartamento. Isso faz ele lembrar que precisa conversar com o Sr. Matos sobre o valor do aluguel.
Yuri levantou e deu uma olhada pela janela. Ele vê a praça cheia de crianças brincando felizes, velhinhos rindo jogando damas (ou será que estão olhando as babás com seus vestidos brancos?) e se pergunta: Como alguém pode estar feliz a essa hora da manhã?
Então ele lembra que já foi feliz assim, ele lembra de quando adorava acordar cedo nas manhãs de domingo para caminhar na praia com ela. Ela... Joana. Aquela que ele tinha deixado escapar de sua vida de uma forma tão besta.
Foi nessa hora que Madame Branca (sua gata com o pelo negro como a noite, sem um fio de outra cor) apareceu pedindo comida e tirando seu dono dessa “viagem ao passado”. Para satisfazer a bichana ele foi à cozinha pegar uma lata de comida e aproveitou para ligar a cafeteira.
Depois de servir a comida à Madame Branca ele sentou ao seu lado e ficou acariciando seu pelo macio e brilhoso. Foi quando o cheiro de café vindo da cozinha o fez voltar ao passado outra vez.
Veio até ele a lembrança das incontáveis vezes que acordou sentindo esse cheiro de café e que quando levantava da cama olhava para a cozinha e via aquela cena linda. A mulher mais linda do mundo – porque é assim que um homem apaixonado ver vê o alvo de sua paixão – preparando o café da manhã vestida apenas coma aquela sua blusa larga.
Com um despertador que nos tira de um sonho bom, o celular de Yuri toca. Ele olha o número e se pergunta: O que o Leonardo quer ligando pra mim a essa hora da manhã?
Quando ele atende, mal tem tempo de dizer alô e já escuta a voz sempre alegre, e muitas vezes irritante, de seu melhor amigo:
- Vê se não vai esquecer que você combinou de almoçar aqui em casa hoje.
É claro que ele tinha esquecido, e também não lembrava o porquê de ter aceitado essa idéia idiota de um almoço de domingo na casa do Leo, com sua esposa chata e uma amiga solteirona dela. Ele sabia que isso não iria acabar bem.
- Pode deixar que eu não esqueci. – disse Yuri na maior cara de pau – Tenho que levar alguma coisa?
- Traz umas duas garrafas daquele vinho que a gente bebe. E não esquece daquele seu melhor sorriso. – disse Leo rindo.
- Valeu. E não esquece de ir se foder quando tiver tempo. – falou Yuri e desligou o telefone na cara do amigo.
Depois se jogou na cama e ficou imaginando o tormento que seria passar a tarde toda na casa do amigo. Não pelo Leo – com quem ele já estava acostumado – mas sim por todo o resto.

Continua...

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Sem título III


Se eu fosse um Anjo
Como você eu estaria agora
Assim como meu pensamento
Está contigo agora.

Nessa hora em que a separação
Só faz aumentar a saudade.
Saudade que aperta o coração
Na espera de alguma novidade.

Com isso estou sozinho aqui
Querendo estar junto de ti
Tocando essa sua pele macia.

Sentindo seu perfume doce e leve
E o gosto de tua boca suave
Um gosto que me encante e inebria.

24/01/2008

sábado, 11 de setembro de 2010

Sem título II

Quando minha mão em sua tocar
Meu corpo todo começa a vibrar
E minha mente se põe a imaginar
Como seria minha mão pelo seu corpo deslizar.

Em nossas brincadeiras, a imaginação começa a fluir
E projetamos como seria em nosso corpo sentir
O calor um do outro e o prazer repartir
E no fim nos olhamos e começamos a sorrir.

Sua bela boca sonho em ter
Dos seus lábios o gosto receber
Em meus braços seu corpo reter
E juntos alcançarmos o máximo prazer.
Rio de Janeiro, 01/05/2010

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Sem título


A ponta da pena
Empunhada pela mão hábil
E comandada por uma mente plena
Deixa o mais forte frágil.
 
Palavras ditas, igual folhas errantes
Pelo vento se perdem
Já as escritas, como belo diamante
No tempo permanecem.
 
Aquele que escreve
Enfrenta a maior aventura.
Pois a vida pode ser breve
Mas a escrita perdura.
 
 
 
Rio de Janeiro, 04 de Maio de 2009